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“Enquanto durmo, este povo silencioso de estátuas e pinturas, esta humanidade remanescente, paralela, continua de olhos abertos a velar pelo mundo a que, dormindo, renunciei. Para que o possa encontrar novamente ao descer à rua, mais velho eu e precário, porque mais duram afinal as obras da pedra e da cor do que esta fragilidade de carne. [...] Percorro mais uma vez os Uffizi, para mim o museu que soube permanecer na dimensão exatamente humana, e que é, por isso mesmo, um dos que mais amo.”

Saramago

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

CARTA ABERTA DE FREQUENTADORES DO MIS CAMPINAS: POR UMA SALA PÚBLICA DE CINEMA.






Através da lei municipal 4576/75, datada de 30 de dezembro de 1975, o MIS foi viabilizado pelo poder público municipal a partir da idealização de um grupo de fotógrafos, cineastas e cineclubistas da região, envolvidos na produção e difusão da fotografia.

Desde então, o Museu da Imagem e do Som vem encontrando em colaboradores e na sociedade civil parceiros fundamentais para sua consolidação e investindo em ações culturais educativas como um modo efetivo de dialogar com a população de Campinas e região.
Há mais de quinze anos o MIS Campinas promove, gratuitamente, exibições e debates de filmes, mantendo vivo em Campinas o espírito cineclubista, já que a programação é feita pelos próprios freqüentadores e a discussão ao final das exibições possibilita diferentes olhares cinematográficos. O espaço cultural público sobrevive da insistência e persistência dos freqüentadores apaixonados pela sétima arte que, nesse momento, se recusam a assistir sua degradação por falta de investimentos. Campinas, uma cidade com o 11º maior PIB do País, uma população de mais de um milhão de habitantes, um dos melhores e mais reconhecidos pólos acadêmicos do Brasil e da América Latina, um dos maiores centros tecnológicos do mundo — considerada a versão latino-americana do Vale do Silício — e identificada como um dos dois núcleos de tecnologia de ponta do Hemisfério Sul, merece uma sala pública de cinema!!!

Há dez anos, deu-se início à construção da sala de cinema Gláuber Rocha que, até hoje, não foi terminada, estando atualmente abandonada, sem qualquer condição para a exibição de filmes.
Em 27/01/2014 a Prefeitura anunciou em seu site a destinação de 1,3 milhão do Ministério da Cultura para reformas no MIS. De acordo com o site, o objetivo era tornar o espaço mais atrativo e transformar o local em lugar mais acessível para todas as pessoas, com um projeto prevendo reformas na área de acessibilidade, construção de um espaço de alimentação, paisagismo interno, adequações para armazenar o acervo do museu para evitar que os materiais estraguem com o tempo, além de uma sala de cinema equipada com aparelhos de última geração: “A atual sala de cinema Gláuber Rocha vai receber acabamento e será modernizada com equipamentos de última geração, com cabine de projeção, poltronas adequadas, acústica, som digital 5.1, ar condicionado, além de um projetor para poder colocar tanto filmes em formato digital quanto em formato de película” (http://campinas.sp.gov.br/noticiasintegra.php?id=21896)

A verba, como se sabe, não chegou ao MIS.
Em 2015, para que as obras finalmente saiam do campo dos sonhos, convidamos a todos e a todas que entendem a importância de existir no espaço público um cinema enquanto experiência coletiva, um cinema cineclubista, a nos acompanharem nessa longa jornada de fazer com que os 800 mil reais da emenda parlamentar número 29910012/dez2014, aliada à prometida contrapartida de 500 mil
reais do orçamento cultural da prefeitura de 2015, cheguem a Campinas, e sejam devidamente empenhadas no MIS, finalizando a sala de cinema Gláuber Rocha.
Como acompanhar o manifesto?! TODO O ÚLTIMO SÁBADO DO MÊS, no MIS Campinas.

Ocupemos o MIS!!

Início: 31 de janeiro de 2015 Fim: quando estiver finalizada a sala de cinema Gláuber
Rocha.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Pelo direito à rua - por Antonio Fabiano Jr.

Por : Antonio Fabiano Jr.

  A rua é o espaço materializado do coletivo. Ela pode ter infinitas formas, infinitos jeitos, infinitas vocações mas é sempre isso: uma rua. Lugar onde move-se o vento, ao som da música de gente, de coisas e de sonhos coletivos. A rua é arquitetura enquanto movimento e somente da experiência do lugar podem nascer as exceções que dão forma à ela.
   E no meio desse percurso, dessa - ou de qualquer outra – cidade formada por essa – ou de qualquer outra - rua, descobre-se a chave de um mundo complexo. Descobre-se a fascinação e o encantamento de mistura de ciências e humanidades, escultura e pintura, bênçãos e crendices, beleza e feiúra. Descobre-se que o que parecia feio, num primeiro olhar, na realidade tem uma beleza pura. Pura e simples beleza. Descobre-se também a beleza de querer fazer uma cidade.
   O que está em jogo na luta pela transformação do MIS Campinas em cinema gratuito para a cidade não é uma simples criação e adequação de espaços físicos frente à um grande programa dentro de um valor de pertencimento local imenso que o edifício carrega. Isso seria fácil. Bastam cadeiras, um projetor e equipamentos de som. A reivindicação aqui é outra. De outra magnitude e de outro valor social.
   O cinema não tem tempo. Podemos ver o mesmo filme milhares de vezes e em todas estas vezes ele, enquanto produto, será rigorosamente igual. Mas o ato de assistir o torna único. A efemeridade que a arte tanto trabalha está nessa chave. O mesmo filme confrontado com a pessoa - que muda constantemente -, com o espaço - que muda constantemente - e com as outras milhares de condicionantes – que mudam constantemente – fazem o ato do cinema ser único. A chave desta luta está na mudança – do homem e do espaço - para que ele, o homem, entenda e valorize o espaço.
   A complexidade vivida na luta por um cinema de rua nesse ambiente é experimentada como uma série de elementos contrapostos formando um amplo espectro de espaços sociais na paisagem aberta, não só de valor histórico, estético, arquitetônico e cultural.
   Não é uma luta por mais uma sala de cinema da cidade.
   Não é uma luta por uma revitalização de um edifício de importância história para a cidade.
   É uma luta pelo direto à rua. À cultura. E ao homem.
   Temos aqui duas chaves: a do valor da cultura e a da experiência da cultura.
   Cultura é inclusão, é uma porta de entrada para que tenhamos uma sociedade mais justa e mais humana.
  Cultura é experiência. É ato em si. É possibilidade de permitir que pessoas conheçam novas pessoas, que pessoas se reconheçam em outras pessoas e que pessoas enxerguem o solo que as sustentam assim como sustentam todas as outras pessoas.
   Cultura é essência e origem.
   Cultura é o cultivo do tempo e do espaço.
   Cultura é rua.

E rua sempre será o habitat do coletivo.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

INSTRUÇÕES PARA AMANHA

Oi pessoal!!

É o seguinte...
Amanha será realizado nosso primeiro ato para o termino da nossa sala de cinema Glauber Rocha. 
Primeiramente, em nome de todo nosso coletivo, gostaríamos de agradecer as mais de DUAS MIL PESSOAS  que confirmaram presença no evento de amanha. Certamente sem vcs, nós não teríamos conseguido espaços na mídia e nem dialogo com deputados e secretários da prefeitura! Esta foi uma pequena porta que se abriu.

Agora vamos dar algumas instruções básicas :

-O horário do manifesto foi alterado para as 19:00 hs - Isto aconteceu para que o publico já frequentador do MIS pudessem encorpar o movimento e para que os carros não machucassem vcs.

-As ruas onde fica o Museu são  estreitas e com muitos carros. Não queremos que ninguém se machuque. Então tomem CUIDADO!

-Estaremos em um MUSEU!! -edifício tombado pela cidade- . Tomem cuidado com o acervo interno. Não toquem em nenhum objeto.

-Vocês podem levar os cartazes com suas opiniões para colocarem DENTRO da sala Glauber Rocha... mas não colem nada nas paredes do museu. Como já foi dito, o edifício é tombado. (não queremos nenhuma matéria tendenciosa descaracterizando o movimento nos chamando de “vândalos”).

-LEVEM GARRAFAS DE ÁGUA! O Museu é um pouco quente e não oferece suporte para tantas pessoas juntas.

-Se possível levem sacolinhas de lixo para não deixar o espaço sujo.

-Mantenham os banheiros limpos!! O MIS conta com apenas um funcionário de limpeza.

-Respeitem os funcionários do MIS !

-Teremos presença de pessoas que vão nos esclarecer de como anda a situação da sala de cinema Glauber Rocha.

-A concentração das pessoas será no térreo do museu. Aproveite para conhecer o espaço e a sala.

-Qualquer duvida estaremos recolhendo assinaturas para petição !! Participem!!

-Lembrem-se todo nosso trabalho é voluntario. Fizemos o possível para que tudo desse certo!


Mais uma vez obrigado a todos!!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

PETIÇÃO E MANIFESTO

    Assine a petição a favor de uma sala de cinema gratuita, acesse: PETIÇÃO DO AVAAZ


Participe do evento do manifesto pelo facebook, acesse : MANIFESTO








quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Cinema Campineiro

Um retrato do que sobrou dos nossos cinemas de rua...



terça-feira, 23 de dezembro de 2014

A petição online funciona?





As petições, tão difundidas nas redes sociais, muitas vezes são utilizadas para exigir uma mudança com algo que esteja acontecendo de errado, porém há uma certa descredibilidade quanto ao valor jurídico destas petições.

Nós, do MIScinema, pesquisamos e vamos esclarecer algumas dúvidas quando a esse ato:

Pressão popular:
 “Para Pedro Abromavay, professor de direito da FGV-RJ e diretor da Avaaz (organização internacional de ativistas), o que importa nas petições online é a mobilização que elas causam. "A validade das petições online é igual à de um protesto de rua."Apesar de soar como uma tentativa de "revolução do sofá" – pois para assinar as petições basta acessar um site e digitar dados pessoais –, Abromavay relata haver vários casos de petições que, pelo volume de adesões, ganharam atenção de políticos e até ajudaram a influenciar posicionamentos.”

Valor jurídico:

 A utilidade das petições on-line fica restrita ao campo político, ou seja, se um político (em geral senador, deputado ou vereador) toma conhecimento de que existe uma petição com 100 mil assinaturas, sabe que se apresentar um projeto de lei que atenda aquela petição terá apoio de provavelmente 100 mil pessoas.
A Constituição do Brasil diz que todo o cidadão tem o direito de criar uma petição sobre algo, de expressar e recolher assinaturas em prol de uma causa que aflija a um grupo. Porém, as petições online, que aparecem diariamente na internet, não têm valor jurídico.


Porque isso acontece?

1. não há nenhuma garantia que o nome que aparece seja de uma pessoa de verdade. Pode ser um programa-robô elaborado para criar nomes diferentes combinando alguns outros nomes e sorteando números de RG;
2. ainda que haja cuidados para que isso não aconteça e apenas pessoas de verdade votem, há risco de pessoas mal-intencionadas votarem também por outras (que nem mesmo conheçam a petição).


Mas porque assinar petições online?

Como já foi dito anteriormente, é uma ótima ferramenta de pressão popular. Tivemos exemplos claros de petições online funcionando, como no caso do novo código florestal “Veta Dilma” ou como no caso de porto alegre, que com 370 assinaturas dos usuários, a  Trensurb se viu pressionada a dar  manutenção predial em todas as estações de trem.


Então nos ajude assinando a nossa petição para o termino da contrução da sala de cinema  Glauber Rocha.